sexta-feira, 28 de maio de 2010

«Titiritesa»...mais um livro em cima da mesa

Este é um dos exemplos de que nunca se deve julgar um livro pela capa apesar de ser pela capa que começa a história…

Titiritesa vive no reino de Anteontem. A sua mãe, Mandolina, sonha em ver a sua filha casada e pretende dar.lhe uma educação refinada de princesa, no entanto a sua filha rejeita a vida convencional que lhe foi imposta, não partilhando dos ideais de sua mãe. Perante a eminente chegada de uma rígida instrutora encarregue da sua educação de princesa, Titiritesa decide fugir do palácio para viver fantásticas e divertidas aventuras num desafio à sua condição de nobreza. Pelo caminho conhece um burro, que será o companheiro de viagem, visita um inventor de palavras, enfrenta um terrível monstro e conhece outra princesa que cheira a colónia de açúcar…

Trata-se de um conto atrevido que aborda a homosexualidade feminina com humor, naturalidade e frescura. Celebra o amor sem julgamentos ou pré concepções, mas com a sensibilidade necessária à compreensão de um leitor infantil onde a educação para os afectos é a nota dominante.
Com um estilo muito próprio, a ilustração de Maurizio Quarello reflecte de forma hábil e sublime a personalidade das personagens num enlace perfeito com o texto do espanhol Xerado Quintiá. As imagens transmitem eficazmente a sensação de normalidade e aceitação, invocando com mestria os sentimentos que invadem uma jovem quando cresce e vive o seu primeiro amor.
Foi um livro bastante interessante que os  alunos da Ilha das Palavras muito apreciaram, sempre com o espírito de abertura que já é apanágio nesta escola. Na área da educação para os afectos temos vindo a contar com diversas obras da literatura infantil que vêm ilustrar de forma muito eficaz, aprendizagens e competências no domínio da sexualidade, reprodução...
O texto está deliciosamente bem escrito e com uma tradução sublime da Dora Batalim, uma referência de peso no mundo da literatura infantil que se vai fazendo, quer lá fora quer cá dentro.

No seguimento do texto, os piratas da Ilha das Palavras, baseando-se na personagem “inventor de palavras”, criaram as suas próprias palavras e atribuíram-lhes significados…estranhos mas originais. Já a seguir.
Até à próxima ou, até ao próximo livro.
Rui Beato

Davide
estrelpiteto – astronauta que arranja estrelas
dirim – tamborim chamado Dinis
deda – dedal bicudo
David
farrapim – faz com que os os alunos fiquem calados
trukutu – faz com que todos comecem a correr
trikuta – faz com que todos parem
Tomás
dragorb – bomba explosiva feita de notas-dinheiro
mard – objecto que se molda sozinho
narben – amizade entre um porco e um leão
Daniela
batatola – batata que é tola
floridade – flor com muita idade
Diotra – alusivo aos meninos chamados Diogos trapalhões
Tiago
ipliploto – pastilha gigante
esplitito – pedra que anda ou se desloca
escapeto – sonho com bois
ninipteti – sapo voador
Áurea
sarototó – palavra mágica que transforma os burros em inteligentes
galalá – palavra mágica que transforma pessoas em galos
gatulandia – país dos gatos
tabuco – porco que sabe as tabuadas
Mariana
ficármio - palavra mágica que faz os alunos trabalharem
lilazal – sítio onde tudo é da cor lilás
quarcol – caracol sem carapaça que vive num quarto
Leonor
tacaratica – palavra que os gatos gostam de ouvir
apacatarapido – palavra para atrair coelhos
lamazatapico – palavras para chamar zebras
Marina
floribeliar – cantar canções da Floribela
futebolar – jogar uma espécie de futebol
animaliar – gostar e tratar de animais
Ângela
boligo – pessoa que apanha bolas com o umbigo
danim – pessoa que fica danada como Trriiim das campainhas
canjim – canja com carne de pinguim
Diogo
caspital – casa que parece um hospital
leipial – texto com uma leitura especial
curtizar – ter uma amizade curtida
Dinis
Daviri – alusivo aos meninos chamados David que estão irritados
piaunau – palavra para chamar pássaros
vidanumfim – pessoa que é imortal
Raquel
benficantilogia – sensação de não gostar do Benfica
testeofobilógico – pessoa que tem medo de fazer teste
totomecali – totó que não gosta de falar

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Magalhães versus Pedralhães

Tanta tecnologia e os resultados nem sempre são os melhores em escolas onde esta maquinazinha azul de seu nome Magalhães, floresce como cogumelos. Utiliza-se para tudo menos para o que interessa: para fotografar meninas e meninos no intervalo; para mostrar imagens das "professoras de mirandela" à malta; para lançar o vício dos jogos ou mesmo para estimular o uso dos chats por vezes dentro da sala de aula à sucapa do professor. Eu sei o que digo porque já constatei tudo isto na 1º pessoa em escolas por onde passei...
Aqui na Ilha das Palavras não é uma ferramenta prioritária. Há outros recursos bem mais eficazes... Talvez possa ter a utilidade de um brinquedo pedagógico para brincar em casa como complemento ao trabalho da escola. Os nossos piratas utilizam diariamente os computadores "grandes", ligados à net e trabalham como gente grande. O que é certo é que quando crescerem, lembrar-se-ão que aprenderam com coisas sérias e não com estas "lancheiras informáticas", objecto de negociatas entre Governo e empresas "amigas". É uma opinião pessoal, desculpem-me a frontalidade.

Em miúdo eu tive uma PEDRALHÃES com monitor de 12 polegadas !...
E sei a tabuada, fazer contas de cabeça e escrevo sem erros!!!!!
...Grande máquina aquela !!...

Ass. O professor :)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Alguém disse ... (2)

"A pessoa que não lê, mal fala, mal ouve, mal vê".
Malba Tahan


Proposta de leitura:

Da autoria deste autor brasileiro, matemático de formação, Júlio César de Mello e Souza nascido a 6 de Maio de 1895 na cidade do Rio de Janeiro e usando o pseudónimo de Malba Tahan, surgiu o livro "O Homem que calculava". Trata-se de uma odisseia pelo mundo árabe onde a personagem central Beremiz Samir, um humilde pastor nómada, utiliza a Matemática como arma de charme ajudando a resolver mil e uma situações problemáticas por onde passa, através da sua refinada habilidade para os cálculos.
A paixão do autor pelo Oriente remete-nos para um mundo mágico bem ao estilo das "Mil e Uma Noites". Uma sugestão de leitura a não perder. Um livro que pode ser usado apenas pelo prazer de uma boa leitura ou como uma excelente ferramenta pedagógica a professores e alunos (de 4º ano em diante...), tornando determinados conceitos matemáticos, bastante faceis de compreender, uma vez que todos os conceitos são deliciosamente ilustrados através de casos práticos bastante elucidativos com elementos do mundo oriental: camelos, cântaros, moedas de ouro, terras, livros, jogos, etc.

terça-feira, 11 de maio de 2010

" A coisa que mais dói no mundo "

Na Ilha das Palavras, o primeiro raiar do Sol apontou para esta história fantástica, ilustrada pelo nosso ilustrador favorito Roger Olmos. Os piratas ficaram encantados com a mensagem, pois esta situação não deixa de ser comum aos miúdos desta faixa etária. Quando se pergunta quem foi o responsável por alguma travessura cá na ilha, simplesmente...ninguém foi! O texto é interessante e as imagens, sublimes como de costume. Depois de ouvirem a história os alunos foram convidados a "caçar umas palavras" que descrevessem a sua opinião sobre o que ouviram. Ver em baixo...

"Numa ida à pesca, a lebre e a hiena conversam: “A mentira é a coisa que mais dói no mundo”, disse a lebre; e a hiena desatou a rir. Para levar a cabo a difícil tarefa de comprová-lo, a lebre irá elaborar, à porta do palácio, um “bolo” muito especial que provocará a cólera do rei; depois vai contar com a cumplicidade das moscas, peritas em ca... calcular e perceber todo o tipo de cheiros, que irão procurar entre todos os animais, o culpado de semelhante obra.
A hipótese que a lebre formula, o que mais dói no mundo é a mentira, vai ser demonstrada através de um relato fantástico e divertido que provocará no leitor, para além de gargalhadas, reflexão e uma resposta emocional.

Durante séculos, os contos foram, em muitas povoações de África, a primeira escola. Ainda que cada lugar possua o seu estilo particular para abordar uma história, os contos tradicionais africanos para além de impregnados de conteúdo simbólico, encerram conhecimentos e sabedoria ancestral; é comum encontrar neles meditações cosmológicas e filosóficas sobre a vida, reviver valores esquecidos, tratar de educar e guiar os indivíduos e, como neste caso, transmitir ensinamentos. A hiena, que encarna neste conto o carácter hipócrita e ruim de alguns seres humanos, experimentará na sua pele o amargo sabor da mentira.
As ilustrações de Roger Olmos apresentam personagens expressivas, hiperbólicas, carregadas de humor. Com traço preciso e agudo, dá a sua visão pessoal de uma história que, através de um divertido exercício de escrita, nos aproxima da palavra, do pensamento e da herança cultural da Costa do Marfim."

Ficha Técnica:
Livro com 36 págs., capa dura, 25x23 cm

Outubro 2007
Texto de Paco Liván, a partir de um conto popular da Costa do Marfim
Ilustrações de Roger Olmos
Tradução Dora Batalim Sottomayor
Prémios: White Raven 2006 e Prémio Llibreter 2006 Melhor Álbum Ilustrado, Catalunha
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Comentários dos alunos:
O tema foi muito bem escolhido. Aprendemos que não é bonito mentir a outras pessoas. Às vezes o amor também provoca dor no coração das pessoas... As personagens são interessantes e a ilustração é fantástica.
Natacha Cipriano-4º

Era uma vez uma lebre que ensinou à hiena que a coisa que mais dói no mundo é a mentira. Esta não sabia...
Leonor Mouro-1º

O Livro está bem ilustrado. Acho engraçado a forma de ilustrar a hiena e como ela pensava que uma arranhadela na perna doía mais. Eu acho que mentir é muito feio. Mesmo assim acho que a lebre podia ser uma bocadinho mais cruél, mas mesmo assim fez bem para a hiena aprender.
Tiago Bonifácio-2º

Hoje de manhã ouvi " A coisa que mais dói no mundo". Aprendi muito com esta história e aprendi que a dor também é interior. Acho que as personagens também estavam muito engraçadas e giras.
Mariana Pimpão-2º

A mentira não só é muito má como também magoa muito as pessoas, mas não é só a mentira que é muito má... As ilustrações estão muito giras e com esta história pode-se aprender muitas coisas. Gostei muito do livro.
Daniela Silva-3º

Este livro fez-me aprender que a coisa que mais dói no mundo pode ser a mentira. Mas também acho que há outras coisas como o amor não correspondido, a perda de alguém que gostamos, etc. As personagens são muito engraçadas e a a que eu mais gostei foi da lebre. As ilustrações são super giras e já não é de admirar. O Roger Olmos é um dos melhores ilustradores do mundo. O livro está fantástico!
Raquel Martins-4º

Eu gostei muito da história e e também acho que o que dói mais no mundo é a mentira. A história é muito engraçada e as personagens foram  muito bem escolhidas e ilustradas.
Davide Silva-2º

Aprendi que não devemos gozar e magoar os outros. Sentimos essa dor no coração. Nem sempre nos devemos armar em sábios e fortes porque podemos não ter razão. A hiena e a lebre estiveram a discutir e depois a hiena levou uma lição.  A hiena fez uma ca... e gozou com ela. Gostei do Rei que era um rei bom. As moscas apareceram e ajudaram à lição da hiena porque eram amigas da lebre. A lebre fugiu para longe com o coração partido e as moscas comeram o bolo e viveram felizes para sempre.
Diogo Pimpão Silva-2º

Eu aprendi que não se deve mentir ...nesta história. Também acho que a inveja é má.
As peresonagens foram bem escolhidas e gosto imenso da ilustração. As ilustrações do Roger Olmos são sempre criativas e interessantes.
Dinis-4º

Por vezes pensamos que dói mais uma mordidela de algo do que uma mentira, mas isso nem sempre é verdade. Esta história mostra que às vezes a mentira dói mais do que a mordidela de uma hiena. Assim ficou a hiena com uma dor no peito quando foi acusada de algo que não cometeu.
Áurea-4º

Aprendi que a coisa que mais dói no mundo pode ser a mentira. As personagens estão muito bem feitas e bem giras. Dói menos um arranhão no pé do que a mentira...
Tomás-2º

Eu aprendi que a coisa que mais dói é a mentira mas também há outras coisas que doem muito.
David-3º

Era uma vez uma lebre que disse que a coisa que mais dói no mundo é a mentira e não uma mordidela, porque a hiena não sabia. Só pode ser a mentira! E vitória vitória acabou-se a história...
Marina-1º

«Obrigado amigo livro por entrares na nossa Ilha das Palavras!»

domingo, 2 de maio de 2010

Dia da Mãe - poesia colectiva dos piratas de Alvarinhos

"Mãe"
Mãe,

De ti sou sempre fã
Quer seja de noite ou de manhã.
Chamo-te mãe, mãezinha ou mamã
Ontem, hoje e amanhã.
Mãe,
És o melhor que a gente tem,
E do que a vida contém.
Igual a ti não há ninguém
E melhor amiga também.
Mãe,
O teu amor não tem fim.
És a melhor para mim.
Continua sempre assim
És a rosa do meu jardim.
Mãe,
Tudo o que fazes é bom
Isso é o teu grande dom.
A tua voz é o melhor som
Seja sempre em qualquer tom.
Mãe,
Como o teu beijo não há nenhum
Há sempre mais algum.
Não me contento só com um
Catrapam, catrapem, catrapim, catrapom, catrapum!



Feliz Dia da Mãe, sãos os votos do professor Rui e alunos da E.B. 1 de Alvarinhos