sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cultura de caracóis

A idade escolar é rica em representações e criações. É nesta altura que os alunos recriam experiências adultas mas adaptadas à sua idade. O coleccionismo de objectos, por mais insignificantes que sejam são tidos como riquezas valiosíssimas, pessoais e secretas. Depois vem a fase natural: a criação de bichos da seda, de bichos de conta, das agúdias (formigas com asas para atrair pássaros nas armadilhas) e por aí fora...
Nos meios urbanos as crianças "cinzentas", infelizmente, estão alheias a estes seres vivos, a esta diversidade de pequenos bichos, que fazem parte do quotidiano dos nossos alumnus formandus alvarinus"as crianças verdes e ecológicas". É com grande satisfação que tenho podido presenciar as suas actividades predilectas na hora do recreio. Esta semana fui surpreendido com uma singular colecção de caracóis. E que caracóis afortunados! Que até tinham direito a mansões de cantaria, forradas com as mais verdes e bonitas folhas de árvore. Um verdadeiro luxo! Já para não falar de casas equipadas com escorrega e sauna. Mas, para tristeza dos petizes, os rastejantes viscosos durante a noite davam à sola, ou como quem diz, deslizavam na baba e voltavam a onde tinham sido caçados. E todos as manhãs era uma correria à caça de novos exemplares para ver quem era o melhor HELICULTOR - criador de caracóis
Mas no final da semana, os piratas já estavam tão fartos de perseguir aqueles caracóis malandros que eram mesmo, muito endiabrados. Uns irrequietos! E em consenso geral, lá abandonaram as suas explorações. Agora, os "babosos" lá continuam as suas vidas calmas, espalhados pelo jardim da escola: à vara larga, como estavam habituados...

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