História de um ano na ILHA DAS PALAVRAS
em poesia, realizada pelos alunos
Chegámos mais uma vez a um final de ano
E todos juntos conseguimos uma conquista
Num barco imaginário, cheio de palavras
Gritámos em coro, bem alto -Terra à vista!
Quando pisámos a ilha pela primeira vez
Decidimos fazer um pequeno intervalo
Estávamos tão, tão, tão esfomeados
Que até comíamos um cavalo.
Reparámos que na floresta da ilha
Havia um alimento mesmo saboroso.
Palavras deliciosas por todo o lado
Um verdadeiro manjar fabuloso.
Construímos ali o nosso quartel-general
Enfeitado com letras, números e sinais,
Com alguma habilidade e arte
Fizemos trabalhos muito especiais.
Mas a ilha era tão grande e densa,
Que demorámos tempo a explorá-la
Foi mais ou menos uns nove meses
Que passámos na mesma sala.
“Ilha” é do género feminino e singular,
Também descreve bem a nossa escola.
Tem muitas palavras da área vocabular
e nomes comuns como: livros, lápis e cola.
Qualquer pirata que se preze
Sabe cantar e tocar instrumentos
Mesmo que o piratão Miguel se esforce
Ninguém canta dentro dos tempos!
Esta ilha é virada para o futuro
Sabemos dizer: hello, friend e cool!
O professor Carlos só fala inglês
E às vezes diz que somos “fool”.
Um pirata sempre em forma
Com a pirata Cátia vai treinar.
Aprende a saltar, nadar e correr
A escavar, remar e saquear.
Se um dia ouvirem falar desta ilha
Por um bom motivo será
O perfume que anda pelo ar
Mesmo muita gente atrairá.
Nesta ilha os piratas lêem
Livros e histórias engraçadas
Da biblioteca e do professor
Saem coisas por nós estimadas.
As palavras são como flores
Perfumadas, bonitas e graciosas
Se não as cuidarmos bem
Ficam feias e horrorosas.
Existe um produto de limpeza
De primeiríssima qualidade
O seu nome é “Limpa-palavras”
Que as mantém na validade.
Nesta nossa Ilha das Palavras,
Os piratas viveram uma bela aventura
Até temos tema para um grande livro
Que vai ser ilustrado e ter capa dura.
Assalto à Ilha das Palavras ( texto realizado pelos alunos e corrigido pelo professor)
A melhor história de sempre alusiva à verdadeira Ilha das Palavras e que conta com uma encenação, brilhantemente representada pelos nossos alunos.
Algures no Oceano Palavrântico, ficava uma ilha desconhecida por muita gente. Uma ilha deserta de pessoas mas repleta de palavras. Palavras elegantes, bonitas, grandes, fortes, pequenas, perfumadas, encantadoras…
Essa ilha nunca tinha sido explorada, até que um dia…um barco cheio de piratas determinados se fez ao mar em busca do tesouro, de que tinham ouvido falar.
14 destemidos piratas navegaram durante 9 meses por mares agitados e revoltos em pensamentos imaginários, visões mágicas e deslumbrantes. Unidos pela mesma vontade, remaram em sintonia ao som de uma voz que os guiava. Uma voz de alegria e de união que caracterizava aquela quadrilha. A viagem foi longa mas o espírito era de festa. Cantaram e dançaram alegremente enquanto o barco, légua após légua se ia aproximando do porto que os iria acolher.
Cansados de tanto remar quase que desfaleciam, mas a vontade era tanta que nada os fez desistir, até ao dia em que ouviram do vigia “ Teeeeeerráviiiiiiiista”. Alguns pensaram que era uma brincadeira, outros de tão cansados que estavam nem deram grande importância. Mas à segunda voz de “Teeeeeerráviiiiiiiiiiiiiiista” ficaram simplesmente perplexos e uma súbita alegria fez-se ecoar por várias léguas. Lá estava o destino tão esperado. Existia mesmo e era realmente verdadeiro.
Apesar de extenuados, aquela visão fez com que fossem repescar as últimas forças de vontade, remando agora a uma velocidade maior do que a da restante viagem, até que... zzrrrrrrrrr, puum! Finalmente tinham atracado em terra firme.
Apesar de extenuados, aquela visão fez com que fossem repescar as últimas forças de vontade, remando agora a uma velocidade maior do que a da restante viagem, até que... zzrrrrrrrrr, puum! Finalmente tinham atracado em terra firme.
Todos em fila, boquiabertos, saíram do barco e alguns até choraram de alegria. Começaram a admirar aquele universo de palavras que à primeira vista parecia uma sopa de letras sem fim. Os piratas, extasiados, começaram a saquear palavras voadoras que pairavam pelo ar, como fazem os caçadores de borboletas. A caça ao tesouro tinha começado.
Cada palavra era cuidadosamente apanhada, tratada e limpa, como faz um bom «Limpa-palavras». Afinal estes piratas tinham mesmo aprendido a importância das palavras. Uma palavra não é uma coisa qualquer, mas sim uma força, que se faz sentir quando é pronunciada ou escrita. Dita!
Após algum tempo de exploração da ilha, o grupo de “palavristas”: contadores, poetas, escritores, cantores e leitores, depositaram num baú todas as palavras recolhidas como se de um verdadeiro tesouro de jóias cintilantes se tratasse. Pegaram em pás e começaram a escavar um enorme buraco onde seria enterrado bem fundo, o baú contendo as palavras difíceis.
Nessa noite fizeram uma grande festa. Cantaram, dançaram, jogaram… enfim, divertiram-se à pirata naquela ilha a qual pensavam estar deserta de gente. Mas…de repente, uma sombra surgiu por entre as palmeiras e todos ficaram assustados. Naquela ilha vivia um casal estranho de velhos. Tinham ficado ali presos há muito tempo, vítimas de um naufrágio. Perderam tudo e começaram a construir as suas memórias de vida para que ninguém se esquecesse deles. Construíram muitos textos e muitos testemunhos. Soletraram, disseram, inventaram e semearam palavras por toda a ilha. No final de alguns anos, aquela plantação transformou-se numa floresta densa e misteriosa e as palavras floresciam por todo o lado, dando origem à Ilha das Palavras. O que nunca se soube, é como a sua existência chegou aos ouvidos da quadrilha de piratas letrados, mas isso deve ser um segredo de pirata.
Feliz por receberem novos habitantes, o casal de anciãos finalmente viu o seu sonho realizado e após trocarem algumas impressões tal foi a excitação, que todos se puseram a dançar num festejo sincero de amizade e cumplicidade. Os piratas depressa se converteram em discípulos e aquela ilha, única, nunca mais seria esquecida.
Hoje em dia, a ilha é um local de culto para os seus visitantes, principalmente os alumnus formandus alvarinus, a espécie de alunos da terra de Alvarinhos que fez desta ilha o seu habitat...
Obrigado pelo vosso empenho e dedicação. (o prof.)